domingo, 16 de setembro de 2012

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METODOLOGIA DA PESQUISA JURÍDICA
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
            - Proporcionar fundamentação para entender como se adquire e se produz o conhecimento.
            - Desenvolver a capacidade analítica e o espírito crítico fundamentado para a aquisição do conhecimento.
            - Conhecer as diferentes naturezas do conhecimento e da pesquisa.
            - Fornecer instrumental básico específico para a elaboração de um projeto de pesquisa


BIBLIOGRAFIA BÁSICA
•      LEITE, Eduardo de Oliveira. A monografia jurídica. 6. ed. São Paulo: TR, 2003.
•      OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Científica. Projetos e Pesquisa, TGI, TCC, Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira. 2001.
•      UTP, Normas Técnicas. 3. Ed. Curitiba: Gráfica, 2012.
•      SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. Ed. Rev. São Paulo: Cortez, 2007.

EPISTEMOLOGIA
“Epistéme” – Grego – conhecimento ciência.
“Logos” – Grego – razão, definição, princípios, entendimento, palavra, fala, discurso

EPISTEMOLOGIA
            é o estudo do conhecimento,  é a Teoria do Conhecimento, é um ramo da filosofia que trata dos problemas com a crença e o conhecimento.
            Estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento.


A Epistemologia Jurídica  
- nos remete a buscar a análise dos fatos que dão origem ao Direito,                                          - nos remete a analisar a sociedade como um todo, nos leva ao conhecimento crítico, levando-nos a refletir, a pensar, a estudar as diversas formas de entender o Direito.

A Epistemologia Jurídica entra no campo da reflexão, fazendo entender que tanto em grupo, ou mesmo vivendo em sociedade, cada indivíduo tem vontades próprias maneiras de pensar e agir singulares, razão pela qual o Direito pode ter interpretações variadas.
Definição de Epistemologia Jurídica é o caminho da auto-reflexão, que dá embasamento tanto em temas passados ou atuais, bem como a análise crítica e a garantia da validade da teoria estudada e apresentada dentro do Direito.
No Direito, não existem verdades absolutas, pode-se afirmar que o conhecimento está situado entre as crenças e a verdade, razão pela qual, o entendimento da Epistemologia Jurídica, faz aprender a “Verdade da Balança”.

CONHECIMENTO
            É a relação entre o sujeito que conhece ou deseja conhecer  e o objeto a ser conhecido.

CIÊNCIA
            O sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimentos através de pesquisas.

Conhecer = apropriar-se mentalmente de algo

Depende da memória           - auditiva
- olfativa
- gustativa
- táctil
- visual

Determina os diferentes graus do conhecimento (em função da relação memória X esquecimento)
A relação:
memória  x  esquecimento  depende do:
tempo + experiências + interpretações que vai produzir o conhecimento= aprendizado que é o acervo pessoal=  repertório que orienta a vida de cada um, devendo portanto ter utilidade prática (pessoal, profissional, social ou política)
A produção do conhecimento deve ser fruto de reflexão crítica


CONHECIMENTO é a capacidade humana (sujeito) de identificar e codificar outros elementos físicos ou não, através se sua interpretação (imagem).
Níveis de conhecimento:
                                    - Conhecimento empírico
                                    - Conhecimento científico
                                    - Conhecimento filosófico
                                    - Conhecimento teológico

è CONHECIMENTO POPULAR OU VULGAR:
•  Provém da experiência de vida, após ensaios e tentativas è erros e acertos;
•  Aceitas como verdadeiras em uma determinada época e/ou região;
•   Estes conhecimentos são transmitidos pessoa à pessoa, geração após outra, pela educação informal baseadas em imitação;
•  É desprovido de interesse pela causa dos fenômenos;
•  É o conhecimento EMPÍRICO ( senso comum).

CARACTERIZA-SE POR SER:   
            - SUPERFICIAL - conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar estando junto das coisas;
            - SENSITIVO – referente às vivências, estado de espírito e emoções da vida;
            - SUBJETIVO – por ser o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos;
            - ASSIMÉTRICO – porque esta organização não obedece à uma sistematização de idéias, nem na forma de adquiri-las, nem na tentativa de validá-las;
            - ACRÍTICO – porque esses conhecimentos não se manifestam sempre de uma forma crítica.

è CONHECIMENTO CIENTÍFICO:
•   vai além do empírico, procurando conhecer as causas e leis;
•   adquirido de modo racional por intermédio de procedimentos sistematizados e organizados
•  Procura o real o que há de mais geral e válido para todos os casos da mesma espécie
•  Transmitidos de maneira metódica e apropriada
•  Utiliza método científico.

CARACTERIZA-SE POR SER:
 - SISTEMÁTICO – porque se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teorias);
   - VERACIDADE – porque são consideradas somente as afirmações que podem ser confirmadas;
   - FALÍVEL, NÃO DEFINITIVO OU FINAL – porque novas proposições ou técnicas podem reformular a teoria existente;
   - CONTINGENTE – porque suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade através da experiência.

      O CONHECIMENTO CIENTÍFICO é uma forma de conhecimento sistemático, dos fenômenos da natureza, sociais, biológicos, matemáticos, físicos e químicos, para se chegar a um conjunto de conclusões verdadeiras, lógicas, exatas, demonstráveis por meio das pesquisas e dos testes.
Logo, pode-se afirmar que este tipo de conhecimento só é alcançado por intermédio da pesquisa.

è CONHECIMENTO FILOSÓFICO:
•          é obtido exclusivamente a partir do exercício do pensamento e da reflexão;
•          fundamenta-se na interrogação contínua, sobre si mesmo e sobre a realidade;
•         habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para ver melhor o sentido da vida concreta.

è CONHECIMENTO TEOLÓGICO (religioso):
•        nasce do mistério, do que está oculto;
•        provém da fé teológica = quando o “revelador” dos mistérios for Deus;
•        é aquele aceito pela fé teológica, pela aceitação dos dados da revelação Divina.

.
CIÊNCIA – É um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza (Ander-Egg).

CIÊNCIA - É a forma mais elevada de captação da realidade humana, que cada época se mostra capaz de produzir (Naura).

COMPONENTES DA CIÊNCIA:
       - Objetivo ou Finalidade A ciência visa estabelecer a distinção das características comuns ou das leis que regem as relações de causa e efeito dos fenômenos.
       - FunçãoA principal é o aperfeiçoamento do conhecimento em todas as áreas para tornar a existência humana mais significativa.
       - Objeto –            
            . Formais (puros) – Os objetos das ciências formais ou pura, são os ideais. Seu modelo é a dedução, e seu critério de verdade é a consistência ou a não contradição de seus enunciados. Todos os seus enunciados são analíticos, isto é, deduzidos de postulados ou teorias.
            . Factuais (aplicados)Os objetos das ciências factuais ou aplicadas, são materiais, seu método é a observação e a experimentação e, em segundo lugar, também a indução e o seu critério de verdade é a verificação. Os seus enunciados são predominantemente de síntese, embora haja também enunciados analíticos.
Classificação das ciências e ramos de estudos
                                                Filosofia (lógica)
            - Formais
                                                Matemática    
            - Sintetiza e explica os fatos e princípios descobertos sobre o universo e seus habitantes
                         
                                                                        Física
                                                Naturais          Química
            - Factuais                                            Biologia
                                                Sociais             (Direito)
            - Utiliza os fatos e os princípios científicos para fazer coisas úteis aos seres humanos

TEORIA DO CONHECIMENTO
Do ponto de vista científico (gnosiologia) o conhecimento é o reflexo e a reprodução do objeto na nossa mente.
           
Deste processo participam:
                        - os sentidos,
                        - a razão,
                        -a intuição.

DOUTRINAS SOBRE O CONHECIMENTO:

EMPIRISMO.

            É uma doutrina que afirma que a única fonte dos nossos conhecimentos é a experiência recebida e experimentada pelos nossos sentidos.
           Os adeptos desta doutrina consideram que o conhecimento empírico, obtido através dos órgãos dos sentidos, é suficiente para conhecer a verdade.
            Dizem que a razão não agrega novidade, porque se limita a unir e ordenar os diferentes dados da experiência.

Ponto Forte: Este MÉTODO enfatiza vigorosamente a importância da experiência na origem do nosso conhecimento.
Ponto Fraco: Subestima o papel da razão, do pensamento abstrato e sua diferença qualitativa em relação ao conhecimento empírico.

. Os nossos sentidos nos dão somente o conhecimento dos fenômenos.
. A essência das coisas, o número, só podem ser alcançados pela razão, pelo pensamento abstrato.

Axioma: Nada existe no intelecto que antes não tenha estado nos sentidos.

RACIONALISMO - RAZÃO.
            Esta doutrina afirma que a razão humana,  o pensamento abstrato, é a única fonte do conhecimento.
            Os racionalistas afirmam que os nossos sentidos nos enganam  e nunca podem conduzir ao conhecimento verdadeiro, uma vez que o mundo vive em constante transformação.
            Para esta escola, o verdadeiro conhecimento existe quando é logicamente necessário  e universalmente válido. Esse conhecimento só pode ser alcançado pela razão.
Ponto Forte: Consiste no fato de reforçar a idéia do importante  papel ativo e criador da razão, do pensamento abstrato, no conhecimento da verdade e da essência das coisas.
Ponto Fraco: Está no fato de separar a razão da experiência, de desprezar  o papel dos sentidos, considerando apenas a razão como absoluta, não dependendo da experiência.
Esta doutrina não leva em conta que as idéias, os princípios e os axiomas possuem a sua origem no EMPIRISMO.

INTUISMO - INTUIÇÃO.
            Afirma que é possível conhecer diretamente a verdade, o absoluto, sem o auxílio dos sentidos e da razão, e sim por meio da faculdade irracional ou Sobrenatural que é a Intuição, com a qual estariam dotadas apenas as elites privilegiadas por uma força sobrenatural.
            A intuição é um modo de conhecimento que completa as demais espécies e modos de conhecimentos – sensível e racional.      
É uma forma de conhecimento obtida de maneira clara e de forma direta, sem intervenção do Raciocínio, de uma só vez e não por meio de atos sucessivos.
            A intuição é uma função especial da mente humana, que age pelo pensamento, independente da pessoa ser ou não letrada.
            (Atualmente existe uma corrente de pensamento que afirma se a intuição um forma de informação não codificada pela mente humana. Situando-se no inconsciente  até ser acionada externamente).

O CONHECIMENTO CIENTÍFICO A PARTIR DO SÉCULO XX
•         Fundamenta-se em uma nova concepção: o conhecimento científico não é pronto, acabado ou definitivo nem é a posse das verdades imutáveis;
•          É organizado, metódico e sistemático;
•         Dependendo da pesquisa, utiliza-se de métodos diferentes, passíveis de mudança;
•          Aceita que a própria definição de conhecimento científico depende do ponto de vista de quem o define: positivista, dialético, alternativo, moderno, pós-moderno etc.

MÉTODO
“É um conjunto de processos pelos quais se torna possível conhecer  uma determinada realidade, produzir determinado objeto ou desenvolver certos procedimentos.”         (Oliveira)        
            É uma forma de pensar para se chegar à natureza de um problema, que seja para estudá-lo, quer seja para explicá-lo.
O Método nos leva a:
            - apresentar um tema que desejamos tratar;
            - enunciar o problema que desejamos resolver;
            - rever a bibliografia existente sobre o assunto;
            - formular hipóteses e estabelecer variáveis;
            - coletar dados e informações sobre o assunto;
            - observar e fazer experimentos;
            - interpretar os dados, as informações, as observações e os resultados
   dos experimentos;
            - tirar conclusões.

TÉCNICA
SÃO OS INSTRUMENTOS PROCEDIMENTAIS ESTABELECIDOS QUE AUXILIAM  PARA QUE SE POSSA CHEGAR A UM DETERMINADO RESULTADO.
            A técnica é um conjunto de instrumentos a serem utilizados para se concluir cada etapa do Método, logo, são os caminhos pelos quais se desenvolvem a habilidade do pesquisador.
Para o bom andamento de uma pesquisa é necessário que se escolha adequadamente o método e as técnicas a serem adotadas.   
            Surgem então duas questões a serem respondidas claramente antes de se iniciar a pesquisa:
            Qual o método mais adequado para se utilizar na minha pesquisa?
            Quais as técnicas que melhor servirão de apoio ao método escolhido?

MÉTODOS MAIS CONSAGRADOS:

MÉTODO INDUTIVO.
Tem início na observação de fatos e fenômenos para se chegar às idéias; parte da observação particular para a generalização, ou seja, do particular para o geral.
            Note-se que nem todos os casos ou fatos particulares podem ser generalizados.
            Dependerão das evidências constatadas
Surge de observações de fatos ou fenômenos particulares para se chegar ao ponto de se estabelecer Leis, postulados gerais que regem estes fatos ou fenômenos.
            Compreende um conjunto de procedimentos: uns empíricos, outros lógicos e outros intuitivos.
            Existem dois tipos de INDUÇÃO:
            - INDUÇÃO FORMAL
            - INDUÇÃO CIENTÍFICA

INDUÇÃO FORMAL – A Lei que rege o ponto de chegada expressa realmente a totalidade dos fenômenos observados.
Exemplo:
A Terra, Marte, Vênus e Júpiter são desprovidos de luz própria.
Ora, a Terra, Marte, Vênus e Júpiter são todos planetas.
Logo, todos os planetas são desprovidos de luz própria.

Essa Lei refere-se a todos os planetas do nosso sistema solar.
            A indução formal pode até não aumentar o conhecimento, mas substitui por um termo geral uma série de termos singulares.

INDUÇÃO CIENTÍFICA – A Lei não exprime a totalidade, entretanto expressa uma parte dos fenômenos.
Exemplo:
Este imã atrai o ferro.
Ora, aquele imã atrai o ferro.
Logo, em toda parte e sempre, o imã atrairá o ferro

Outro exemplo:
Uraci, Fridmann e Wilson, são mortais.
Ora, Wilson, Fridmann e Uraci são professores.
Logo, todos os professores são mortais.
           
Nesta linha de raciocínio fica claro que foram observados os casos ou fatos de certo número de homens terem morrido, considerados suficientes por estabelecer a relação constante e necessária representada pela Lei.

Premissas gerais (sai de fatos singulares para o  geral)
            A Indução científica é imperfeita e, portanto passível de erro, mas é a linha de raciocínio mais empregada nas ciências, pois na prática sempre é possível observar todos os fatos e fenômenos.
             
MÉTODO DEDUTIVOParte-se de generalizações para o particular, do geral para o particular, das idéias para os fatos.
            Procura transformar enunciados complexos, universais, em particulares.
            A conclusão será sempre a elaboração de várias premissas, fundamentando-se no raciocínio dedutivo. Dependerá da análise realizada.
O Método Dedutivo também pode se realizar nas operações lógicas, nas quais os raciocínios simples podem chegar a enunciados complexos.
            A dedução como forma de raciocínio lógico tem como ponto de partida um princípio tido como verdadeiro a priori. O seu objetivo é a tese ou conclusão, que é o  que se pretende provar.

Exemplo:
           
Todos os homens são mortais (premissa maior);
Platão era homem (premissa menor).

Logo, Platão é mortal.

MÉTODO CARTESIANO (Descartes)
            Tem como ponto de partida a universalidade da razão, da qual todos os homens participam, identificada no intelecto, em sua pureza e em duas faculdades essenciais:

            - a Intuição, pela qual podemos ter imediatamente presentes no espírito idéias claros, perfeitamente determinados e distintos, simples e irredutíveis;

            - a Dedução, pela qual podemos descobrir conjuntos de verdades ordenados racionalmente.

Este método constitui-se em quatro regras de utilização da intuição e da dedução, para que possamos estender a certeza matemática ao conjunto, a saber:
            1 - Pela Regra da evidência, devemos evitar todas as prevenções (conjunto de preconceitos) e precipitações, para acolher apenas idéias claras e distintas.
            2 - Pela Regra da análise, devemos dividir nossos problemas no maior número possível de partes, para melhor resolvê-los.
3 – Pela Regra da síntese, devemos distinguir entre as verdades mais simples, independentes e absolutas, das verdades mais complexas, condicionadas e relativas.
            Esta regra pressupõe a ordenação das partes segundo o critério da relação constante entre elas, de modo que possam ser comparadas com base na mesma unidade de medida
            4 – Pela Regra da enumeração, devemos selecionar exclusivamente o que for necessário e suficiente para a solução de um problema, evitando as omissões.

MÉTODO DIALÉTICO 
A Dialética possui duas fases:
            1) a pré-socrática, que surge na Grécia, como sendo um método de pesquisa e busca da verdade por meio da formulação adequada de perguntas e respostas, até atingir o ponto crítico do que é falso e do que é verdadeiro (Sócrates).
            Sócrates usou o método dedutivo para extrair de um escravo analfabeto a demonstração dialética do TEOREMA DE PITÁGORAS.
A dialética é um debate de astúcia, onde se procura derrubar os argumentos dos adversários.
            Era um método de pesquisa em busca da verdade, que consistia na formulação de perguntas e respostas para trazer à tona todas as incongruências das concepções vulgares ou falsas.
A primeira pergunta a ser desenvolvida é a definição do tema do debate – TESE – obtida pela resposta.
            Fazia-se nova pergunta à base do conteúdo e da análise desta – ANTÍTESE – e assim por diante, até se chagar à verdade.
            É um método que funciona bastante na magistratura e nas investigações.

2) A dialética contemporânea tem o seu desenvolvimento com Hegel, que afirma que uma coisa é ao mesmo tempo ela própria – tese – e uma contrária – antítese, a coisa no momento é simplesmente uma  Síntese.
           
No Método dialético temos duas divisões opostas:
            - a que leva o ser para a sua própria construção,
            - outra que o leva para a destruição desta mesma construção, para ser precisamente  o que não é.
O Método Dialético utiliza as três doutrinas Empirismo (sentidos), o Racionalismo (a razão) e o Intuísmo (intuição), para em sua síntese chegar à verdade.

            Leis da Dialética:
            a) Cada fato é um processo, isto é, uma marcha, um tornar-se.
            Os fatos não são considerados como realizados, mas, sim, em processo. Os fatos se modificam ou se transformam em virtude de leis internas, do autodinamismo e das contradições que encerram.

b) Existe um encadeamento dos processos.
            O Mundo é o conjunto de todos os processos, onde tudo sofre transformação concentrada e progressiva.
            Este encadeamento dos processos não é circular, mas em espiral.

            c) No movimento dialético, as coisas trazem em si as suas contradições.
            São levadas a transformar-se no seu contrário.
           
d) Em várias oportunidades, um processo que se orienta em ritmo quantitativo de repente muda qualitativamente.
            Considera-se qualitativa quando ocorre mudança na natureza.

A dialética estabeleceu que o conhecimento não é um reflexo simples, passivo, inerte da realidade, mas um processo complexo, regido por leis.
Enquanto Hegel afirma que as transformações no espírito  provocam as alterações da matéria, para Marx a matéria se transforma e refletem as suas modificações em nossa mente, criando as idéias.
Daí o surgimento do materialismo dialético.

MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO (Popper)

            Afirma que o método científico parte de um problema, ao qual se oferece uma espécie de solução provisória, uma teoria-tentativa, passa a criticar esta solução, com vistas a eliminação do erro e, este processo renovaria a si mesmo, dando surgimento a novos problemas.

      Etapas do Método
1 - EXPECTATIVA OU CONHECIMENTO PRÉVIO
2 - PROBLEMA, CONJECTURAS OU HIPÓTESES
3 - FALSEAMENTO (TESTES)
4 - SOLUÇÃO PROVISÓRIA

POPPER defende a existência destas idéias no processo investigatório.

            1 – Problema – surge geralmente de conflitos ante expectativas e teorias existentes;
            2 – Conjecturas (nova teoria, hipóteses) – solução proposta, dedução de consequências na forma de proposições passíveis de testes.
            3 – Falseamento (testes) – tentativas de refutação, entre os meios pela observação e experimentação.

Se a conjectura resiste aos testes (falseamento), estará corroborada; se, não resistir aos testes, estará falseada, refutada, e exige reformulação do problema e da hipótese.
            Para POPPER, a observação tem papel decisivo na ciência; mas, somente se for precedida por um problema, uma hipótese, algo teórico.

Esquema
CONHECIMENTO PRÉVIO
PROBLEMA, LACUNA
CONJECTURAS, HIPÓTESES, CONTRADIÇÕES
ENUNCIADOS DEDUZIDOS, CONSEQUÊNCIAS FALSEÁVEIS
TÉCNICAS DE FALSEABILIDADE
TESTAGEM
ANÁLISE DE RESULTADOS
AVALIAÇÃO DAS CONJECTURAS, SOLUÇÕES OU HIPÓTESES

REFUTAÇÃO, REJEIÇÃO          CORROBORAÇÃO, ACEITAÇÃO

                                                                    NOVA TEORIA
CONJECTURAS,
HIPÓTESES,
CONTRADIÇÕES


MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO (Bumge)
Etapas do Método:
1. Colocação do Problema:
            - Reconhecimento do problema exame, classificação preliminar e seleção de fatos que são provavelmente mais relevantes no que diz respeito a algum aspecto;
            - Descoberta do problema – encontro de lacunas ou incoerências no saber existente;
            - Formulação do problema – colocação de uma questão que tenha alguma probabilidade de ser correta.

2. Construção do modelo teórico:
            - Seleção de fatores pertinentes – Criação de suposições plausíveis que se relacionem a variáveis supostamente pertinentes;
            - Criação de hipóteses centrais e de suposições auxiliares – proposta de um conjunto de suposições que sejam concorrentes a supostos nexos entre as variáveis.

            Exemplo:
Enunciado de leis que se espera possam amoldar-se aos fatos ou fenômenos observados.
             

3. Dedução de consequências particulares: 
            - Procura de suportes racionais – dedução de consequências particulares que, no mesmo campo ou em campos contíguos, possam ser verificados;
            - Procura de suportes empíricos – tendo em vista as verificações disponíveis ou concebidas.

4. Testes de hipóteses:
            - Esboço da prova – planejamento dos meios para colocar a prova as predições; determinação tanto das observações, edições e experimentos, quanto das demais operações instrumentais;
            - Execução das provas – realização das operações planejadas e nova coleta de dados;
            - Elaboração de dados – procedimentos de classificação, análise e redução, referentes aos dados empíricos coletados;
            - Inferência da conclusão – à luz do modelo teórico, interpretação dos dados elaborados.

5. Adição ou introdução das conclusões na teoria:
            - Comparação das conclusões com as predições – contraste dos resultados da prova com as consequências deduzidas do modelo teórico, precisando em que grau este pode se considerado, confirmado ou não (inferência provável);
            - Reajuste do modelo – caso necessário, eventual correção ou reajuste do modelo;
            Sugestões para trabalhos posteriores – caso o modelo não tenha sido confirmado, procurar erros na teoria ou nos procedimentos empíricos; caso contrário, se confirmado, examinar possíveis desdobramentos, inclusive em outras áreas  do saber


FORMAS DE CONHECIMENTO RACIONAL

Conceito

            É uma imagem subjetiva do mundo objetivo, acústica ou mental.
            O conceito revela os aspectos essenciais, universais do objeto, abstraindo-se dos aspectos secundários.
            O conceito se fixa só naquilo que é absolutamente essencial e geral, comum a todos.

Processos para formação de conceitos:
            Para formar o conceito de algo, fazemos uso de vários processos mentais:
            - análise;
            - síntese;
            - abstração;
            - generalizações;
            - outros.

- Análise
            Operação mental que consiste em separar em partes, decompor, fragmentar um todo (objeto ou fenômeno) em elementos constituintes, a fim de compreender o lugar que eles ocupam e o papel que desempenham no todo.

- Síntese
            Operação mental que, ao contrário da análise, consiste em recompor um todo (objeto ou fenômeno) a partir de seus elementos constituintes a fim de compreendê-lo em sua totalidade, em seu conjunto. Não é um resumo.

- Abstração
            Operação mental que consiste em isolar ou separar, para considerá-lo à parte, um elemento ou parte de um todo que não é separável na realidade, a fim de distinguir o particular (acidental) do geral (essencial).      
            Aquilo que é sempre o mesmo em objetos diversos, independentemente da suas particularidades individuais.

Generalizações
            Operação mental que consiste em estender a toda uma classe de objetos ou fenômenos os elementos essenciais, gerais, universais, constatados em certo número de objetos ou fenômenos da mesma classe.
            Dessa forma é que se formam os conceitos.
            Quanto mais abstrato for o conceito, mais geral ele será.

Tanto a análise e a síntese como a abstração e as generalidades são processos mentais inseparáveis uns dos outros, ou seja, não existem separadamente.  
            Sua separação é apenas para efeito de estudo.

            Da maneira como as sensações formam as percepções e representações, os conceitos formam juízos e raciocínios.


Juízo   
            Trata-se de uma relação entre dois ou mais conceitos.
            O juízo é uma proposição ou asserção, uma afirmação ou negação entre dois ou mais conceitos.
           
Exemplo:
            O homem é um ser social e racional, todo o ser social e racional é mortal.
            Logo, o homem é mortal.

Certamente que nesta linha de raciocínio ou conceito não foram observados todos os casos ou fatos, mas certo número deles, considerados suficientes para estabelecer a relação constante, geral e necessária representada pela lei (estabelecida).

Como devem ser as Hipóteses
a)      Ser claras na sua conceituação
b)      Deve ter como objetivo uma confirmação, próxima ou remota, orientando o trabalho do pesquisador;
c)      Deve estar relacionada com u sistema teórico daí a necessidade de revisão de literatura sobre o assunto.
Na possibilidade da hipótese ser confirmada, esta reforçará a teoria.
A ciência possibilita o mais abrangente e sistemático conhecimento que se possui sobre o mundo, que vai desde o nosso ser, a sociedade, a família, a empresa, até as estruturas políticas e sociais.
A hipótese possibilita compreender melhor essas dimensões quando deparamos com a formalidade científica ao se preparar o TCC.
Somente a partir da indução pode-se apreciar plenamente o poder e a importância do raciocínio indutivo e, consequentemente, da indução.
A síntese da ciência assenta na sua capacidade para estabelecer, com base em provas observacionais, testes, experimentos e pesquisas, importantes hipóteses sobre a natureza, sobre o ser humano, sobre as mais diversas atividades da sociedade; sendo utilizadas para confirmar ou refutar as hipóteses científicas.
Torna-se sempre necessário examinar os diferentes tipos de argumentos dedutivos e indutivos. Por vezes, os argumentos são complexos e cheios de sutilezas quando se observam detalhes ou variáveis. Mas do ponto de vista lógico, é bastante simples e pode ser aplicado em praticamente todas as áreas do conhecimento.
Argumento
            O argumento consiste em discutir ou contendar, no sentido comum. Em lógica, o argumento significa uma justificativa para a conclusão, havendoou não franca discórdia entre as partes. Os argumentos são feitos para convencer. O desacordo é uma oportunidade para a reunião de provas, caso se deseje uma resolução inteligente.



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