A ciência da interpretação.
Importância para os nossos dias atuais.
Desvendar o sentido das relações sociais.
Origem grega: hermeneuein.
Filosofia da interpretação.
Muito associado ao deus grego Hermes (mensageiro, que trazia notícias
dos demais deuses, aquelas não compreendidas pela mente humana, mas
interpretadas por ele).
Hermes no jogo God of War. |
Noção introdutória
Dizer: anunciar.
Explicar: aspecto discursivo da compreensão.
Traduzir: o mundo do texto com a sua realidade.
TRADIÇÃO HERMENÊUTICA
Três movimentos:
1) Ciência da interpretação de textos, independente de concepção
filosófica.
2) Hermenêutica filosófica como pressuposto da existência humana.
3) Adoção como modo de pensar em diversos campos. Busca o sentido mais
profundo.
HISTÓRICO HERMENÊUTICO
Grécia antiga: transmissão de mensagem, com caráter linguístico, como
técnica de anunciar, esclarecer ou traduzir.
Roma antiga: interpretatio, utilizado dentro do campo do
direito. Os prudentes utilizavam para entender o significado axiológico da lei
no momento de sua aplicação.
Interpretação de textos religiosos – Bíblia, no campo espiritual e com
os ideais da Igreja, passando pelo protestantismo (compreendida em si mesma),
até a teologia moderna, com interpretação mais racional.
Hermenêutica contemporânea: Friedrich Schleiermacher (1768-1834).
Avanço no campo da filosofia. Esclarecer a priori as condições da compreensão.
Reconstruir o pensamento de outrem. Até então, a hermenêutica só era usada
quando houvesse dificuldade de compreensão de um texto.
GRANDES HERMENEUTAS
Wilhelm Dilthey (1833-1911): distinção entre as ciências naturais das
humanas. Naquela, a explicação, nesta, a compreensão. Com este pensador, a
hermenêutica ganha força humanística, libertando o cientificismo de herança
positivista. Sua fórmula hermenêutica: vivência, expressão e compreensão.
Martin Heidegger (1889-1976): estendeu a hermenêutica para todas as
ciências, inclusive da natureza. O ser é essencial. A compreensão
consiste no movimento básico da existência. Compreender não é um comportamento
do pensamento do ser humano, mas sim movimento básico da existência humana.
Hans-Georg Gadamer (1900-2002): a compreensão existe a partir dos
nossos pré-conceitos, que são mais que meros juízos individuais, sendo a
realidade histórica do nosso ser. A interpretação dos textos consiste num
diálogo. Ele usa a expressão “fusão dos horizontes”, ou seja, o nosso horizonte
com o respectivo texto.
Paul Ricoeur (1913-2005): hermenêutica é a teoria das operações da
compreensão em sua relação com a interpretação dos textos. Na história da
ciência, há necessidade de ligação entre linguagem (meio) e discurso
(conteúdo). Precisamos conhecer a nós mesmos.
Karl-Otto Apel (1922): propõe uma nova instância de fundamental
hermenêutico, onde esta ciência tem de ser normativa e metodológica, não sendo
possível chegar ao extremo de reduzir a verdade à vontade daquele que quer
compreender, isto é, considerar viáveis quaisquer interpretações. Quer resgatar
uma reflexão mais sistemática.
Jurgen Habermas (1929): relocalização da razão humana, situando-se num
contexto histórico, sendo possível projetar uma situação ideal de existência e
consenso. Teoria da comunicação: a ação comunicativa entre os interlocutores
sociais é analisada segundo suas relações.
SENTIDOS TRADICIONAIS
Dicção, declamação ou proclamação: “algo sagrado” no momento de se
proferir uma palavra ou leitura de um texto.
Explicação: primeiro enunciado, sendo um juízo prévio, uma
pré-compreensão.
Tradução: o sentido da contextualização da mensagem transmitida, por
meio de idiomas distintos entre si. O modo de pensar no mundo.
SEIS DEFINIÇÕES MODERNAS (RICHARD PALMER)
Teoria da exegese bíblica.
Metodologia filológica.
Ciência da compreensão linguística.
Base metodológica para as geisteswissenschaften (todas as
disciplinas da humanidade).
Fenomenologia do Dasein (compreensão existencial).
Sistema de interpretação e recuperação de sentido.
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