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METODOLOGIA DA PESQUISA JURÍDICA
OBJETIVOS
DA DISCIPLINA
- Proporcionar fundamentação para
entender como se adquire e se produz o conhecimento.
- Desenvolver a capacidade analítica
e o espírito crítico fundamentado para a aquisição do conhecimento.
- Conhecer as diferentes naturezas
do conhecimento e da pesquisa.
- Fornecer instrumental básico
específico para a elaboração de um projeto de pesquisa
•
LEITE, Eduardo de
Oliveira. A monografia jurídica. 6. ed. São Paulo: TR, 2003.
•
OLIVEIRA, Silvio
Luiz de. Tratado de Metodologia Científica. Projetos e Pesquisa, TGI, TCC,
Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira. 2001.
•
UTP, Normas
Técnicas. 3. Ed. Curitiba: Gráfica, 2012.
•
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico.
23. Ed. Rev. São Paulo: Cortez, 2007.
EPISTEMOLOGIA
“Epistéme” – Grego – conhecimento ciência.
“Logos” – Grego – razão, definição, princípios,
entendimento, palavra, fala, discurso
EPISTEMOLOGIA –
é o estudo do conhecimento, é a Teoria do Conhecimento, é um ramo da
filosofia que trata dos problemas com a crença e o conhecimento.
Estuda a origem, a estrutura, os métodos
e a validade do conhecimento.
A
Epistemologia Jurídica
-
nos remete a buscar a análise dos fatos que dão origem ao Direito, - nos remete a analisar a sociedade
como um todo, nos leva ao conhecimento crítico, levando-nos a refletir, a
pensar, a estudar as diversas formas de entender o Direito.
A
Epistemologia Jurídica entra no campo da reflexão, fazendo entender que
tanto em grupo, ou mesmo vivendo em sociedade, cada indivíduo tem vontades
próprias maneiras de pensar e agir singulares, razão pela qual o Direito pode
ter interpretações variadas.
Definição de Epistemologia
Jurídica é o caminho da auto-reflexão,
que dá embasamento tanto em temas passados ou atuais, bem como a análise
crítica e a garantia da validade da teoria estudada e apresentada dentro do
Direito.
No
Direito, não existem verdades absolutas, pode-se afirmar que o conhecimento
está situado entre as crenças e a verdade, razão pela qual, o entendimento da
Epistemologia Jurídica, faz aprender a “Verdade
da Balança”.
CONHECIMENTO
É a relação entre o sujeito que
conhece ou deseja conhecer e o objeto a
ser conhecido.
CIÊNCIA
O sistema de adquirir conhecimento
baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimentos
através de pesquisas.
Conhecer
=
apropriar-se mentalmente de algo
Depende da memória - auditiva
- olfativa
-
gustativa
-
táctil
-
visual
Determina os diferentes
graus do conhecimento (em função da relação memória X esquecimento)
A relação:
memória x esquecimento
depende do:
tempo + experiências
+ interpretações que vai produzir o conhecimento= aprendizado que é o acervo
pessoal= repertório que orienta a vida
de cada um, devendo portanto ter utilidade prática (pessoal,
profissional, social ou política)
A produção do conhecimento deve ser
fruto de reflexão crítica
CONHECIMENTO
é a capacidade humana (sujeito) de identificar e codificar outros elementos
físicos ou não, através se sua interpretação (imagem).
Níveis de
conhecimento:
-
Conhecimento empírico
-
Conhecimento científico
-
Conhecimento filosófico
-
Conhecimento teológico
è CONHECIMENTO POPULAR OU VULGAR:
• Provém da experiência de vida, após
ensaios e tentativas è erros e acertos;
• Aceitas como verdadeiras em uma
determinada época e/ou região;
• Estes conhecimentos são transmitidos pessoa à
pessoa, geração após outra, pela educação informal baseadas em imitação;
• É desprovido de interesse pela causa dos
fenômenos;
• É o conhecimento EMPÍRICO ( senso
comum).
CARACTERIZA-SE
POR SER:
- SUPERFICIAL - conforma-se com a
aparência, com aquilo que se pode comprovar estando junto das coisas;
- SENSITIVO – referente às
vivências, estado de espírito e emoções da vida;
- SUBJETIVO – por ser o próprio
sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos;
- ASSIMÉTRICO – porque esta
organização não obedece à uma sistematização de idéias, nem na forma de
adquiri-las, nem na tentativa de validá-las;
- ACRÍTICO – porque esses
conhecimentos não se manifestam sempre de uma forma crítica.
è CONHECIMENTO CIENTÍFICO:
• vai além do empírico, procurando
conhecer as causas e leis;
• adquirido de modo racional por intermédio de
procedimentos sistematizados e organizados
• Procura o real o que há de mais geral e
válido para todos os casos da mesma espécie
• Transmitidos de maneira metódica e
apropriada
• Utiliza método científico.
CARACTERIZA-SE
POR SER:
- SISTEMÁTICO – porque
se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias
(teorias);
- VERACIDADE – porque são consideradas somente as
afirmações que podem ser confirmadas;
- FALÍVEL, NÃO DEFINITIVO OU FINAL – porque novas proposições ou técnicas
podem reformular a teoria existente;
- CONTINGENTE – porque suas proposições ou hipóteses têm
sua veracidade ou falsidade através da experiência.
• O CONHECIMENTO CIENTÍFICO é uma forma de
conhecimento sistemático, dos fenômenos da natureza, sociais, biológicos,
matemáticos, físicos e químicos, para se chegar a um conjunto de conclusões
verdadeiras, lógicas, exatas, demonstráveis por meio das pesquisas e dos
testes.
Logo, pode-se
afirmar que este tipo de conhecimento só é alcançado por intermédio da pesquisa.
è CONHECIMENTO FILOSÓFICO:
•
é obtido exclusivamente a partir do exercício do pensamento e da
reflexão;
•
fundamenta-se na interrogação
contínua, sobre si mesmo e sobre a realidade;
•
habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para ver melhor o
sentido da vida concreta.
è CONHECIMENTO TEOLÓGICO (religioso):
•
nasce do mistério, do que está oculto;
•
provém da fé teológica = quando o
“revelador” dos mistérios for Deus;
•
é aquele aceito pela fé teológica,
pela aceitação dos dados da revelação Divina.
.
CIÊNCIA – É
um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos
metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de
uma mesma natureza (Ander-Egg).
CIÊNCIA - É
a forma mais elevada de captação da realidade humana, que cada época se mostra
capaz de produzir (Naura).
COMPONENTES
DA CIÊNCIA:
- Objetivo
ou Finalidade – A ciência visa estabelecer a distinção das
características comuns ou das leis que regem as relações de causa e efeito dos
fenômenos.
- Função – A principal é o
aperfeiçoamento do conhecimento em todas as áreas para tornar a existência
humana mais significativa.
- Objeto
–
.
Formais (puros) – Os objetos das ciências formais ou pura, são os
ideais. Seu modelo é a dedução, e seu critério de verdade é a consistência ou a
não contradição de seus enunciados. Todos os seus enunciados são analíticos,
isto é, deduzidos de postulados ou teorias.
.
Factuais (aplicados) – Os objetos das
ciências factuais ou aplicadas, são materiais, seu método é a observação e a
experimentação e, em segundo lugar, também a indução e o seu critério de
verdade é a verificação. Os seus enunciados são predominantemente de síntese,
embora haja também enunciados analíticos.
Classificação
das ciências e ramos de estudos
Filosofia (lógica)
- Formais
Matemática
- Sintetiza e explica os fatos e
princípios descobertos sobre o universo e seus habitantes
Física
Naturais
Química
- Factuais Biologia
Sociais
(Direito)
- Utiliza os fatos e os
princípios científicos para fazer coisas úteis aos seres humanos
TEORIA
DO CONHECIMENTO
Do
ponto de vista científico (gnosiologia) o conhecimento é o reflexo e a
reprodução do objeto na nossa mente.
Deste
processo participam:
- os sentidos,
- a razão,
-a intuição.
DOUTRINAS
SOBRE O CONHECIMENTO:
EMPIRISMO.
É uma doutrina que afirma que a única fonte dos
nossos conhecimentos é a experiência recebida e experimentada pelos nossos
sentidos.
Os
adeptos desta doutrina consideram que o conhecimento empírico, obtido através
dos órgãos dos sentidos, é suficiente para conhecer a verdade.
Dizem
que a razão não agrega novidade, porque se limita a unir e ordenar os
diferentes dados da experiência.
Ponto Forte:
Este MÉTODO
enfatiza vigorosamente a importância da experiência na origem do nosso
conhecimento.
Ponto Fraco:
Subestima o
papel da razão, do pensamento abstrato e sua diferença qualitativa em relação
ao conhecimento empírico.
.
Os nossos
sentidos nos dão somente o conhecimento dos fenômenos.
.
A essência
das coisas, o número, só podem ser alcançados pela razão, pelo pensamento abstrato.
Axioma:
Nada existe no intelecto que antes não tenha estado nos sentidos.
RACIONALISMO
- RAZÃO.
Esta doutrina afirma
que a razão humana, o pensamento
abstrato, é a única fonte do conhecimento.
Os racionalistas afirmam
que os nossos sentidos nos enganam e
nunca podem conduzir ao conhecimento verdadeiro, uma vez que o mundo vive em
constante transformação.
Para esta escola, o
verdadeiro conhecimento existe quando é logicamente necessário e universalmente válido. Esse conhecimento só
pode ser alcançado pela razão.
Ponto
Forte:
Consiste no fato de reforçar a idéia do importante papel ativo e criador da razão, do pensamento
abstrato, no conhecimento da verdade e da essência das coisas.
Ponto
Fraco:
Está no fato de separar a razão da experiência, de desprezar o papel dos sentidos, considerando apenas a
razão como absoluta, não dependendo da experiência.
Esta doutrina não leva em conta que as idéias, os princípios e os axiomas
possuem a sua origem no EMPIRISMO.
INTUISMO
- INTUIÇÃO.
Afirma que é
possível conhecer diretamente a verdade, o absoluto, sem o auxílio dos sentidos
e da razão, e sim por meio da faculdade irracional ou Sobrenatural que é a
Intuição, com a qual estariam dotadas apenas as elites privilegiadas por uma
força sobrenatural.
A intuição é um modo de
conhecimento que completa as demais espécies e modos de conhecimentos –
sensível e racional.
É uma forma de conhecimento obtida de maneira clara e de forma direta,
sem intervenção do Raciocínio, de uma só vez e não por meio de atos sucessivos.
A intuição é uma função
especial da mente humana, que age pelo pensamento, independente da pessoa ser
ou não letrada.
(Atualmente existe uma
corrente de pensamento que afirma se a intuição um forma de informação não
codificada pela mente humana. Situando-se no inconsciente até ser acionada externamente).
O
CONHECIMENTO CIENTÍFICO A PARTIR DO SÉCULO XX
•
Fundamenta-se em uma
nova concepção: o conhecimento científico não é pronto,
acabado ou definitivo nem é a posse das verdades imutáveis;
•
É organizado, metódico e sistemático;
•
Dependendo da pesquisa, utiliza-se de métodos diferentes, passíveis de
mudança;
•
Aceita
que a própria definição de conhecimento científico depende do ponto de vista de
quem o define: positivista, dialético, alternativo, moderno, pós-moderno etc.
MÉTODO
“É um conjunto de processos pelos quais se
torna possível conhecer uma determinada
realidade, produzir determinado objeto ou desenvolver certos procedimentos.” (Oliveira)
É uma forma de pensar para se chegar à
natureza de um problema, que seja para estudá-lo, quer seja para explicá-lo.
O Método
nos leva a:
- apresentar um tema que desejamos
tratar;
- enunciar o problema que desejamos
resolver;
- rever a bibliografia existente
sobre o assunto;
- formular hipóteses e estabelecer
variáveis;
- coletar dados e informações sobre
o assunto;
-
observar e fazer experimentos;
- interpretar os dados, as
informações, as observações e os resultados
dos
experimentos;
- tirar conclusões.
TÉCNICA
SÃO OS INSTRUMENTOS PROCEDIMENTAIS
ESTABELECIDOS QUE AUXILIAM PARA QUE SE
POSSA CHEGAR A UM DETERMINADO RESULTADO.
A
técnica é um conjunto de instrumentos a serem utilizados para se concluir cada
etapa do Método, logo, são os caminhos pelos quais se desenvolvem a habilidade
do pesquisador.
Para o bom andamento de uma pesquisa é
necessário que se escolha adequadamente o método e as técnicas a serem
adotadas.
Surgem então duas questões a serem
respondidas claramente antes de se iniciar a pesquisa:
Qual o
método mais adequado para se utilizar na minha pesquisa?
Quais as técnicas
que melhor servirão de apoio ao método escolhido?
MÉTODOS MAIS
CONSAGRADOS:
MÉTODO
INDUTIVO.
Tem início na observação de fatos e
fenômenos para se chegar às idéias; parte da observação particular para a
generalização, ou seja, do particular para o geral.
Note-se que nem todos os casos ou fatos particulares podem ser
generalizados.
Dependerão
das evidências constatadas
Surge de observações de fatos ou fenômenos particulares para se
chegar ao ponto de se estabelecer Leis, postulados gerais que regem estes fatos
ou fenômenos.
Compreende um conjunto de
procedimentos: uns empíricos, outros lógicos e outros intuitivos.
Existem dois tipos de INDUÇÃO:
- INDUÇÃO FORMAL
- INDUÇÃO CIENTÍFICA
INDUÇÃO
FORMAL – A Lei que rege o ponto de chegada expressa realmente a
totalidade dos fenômenos observados.
Exemplo:
A
Terra, Marte, Vênus e Júpiter são desprovidos de luz própria.
Ora,
a Terra, Marte, Vênus e Júpiter são todos planetas.
Logo,
todos os planetas são desprovidos de luz própria.
Essa
Lei refere-se a todos os planetas do nosso sistema solar.
A
indução formal pode até não aumentar o conhecimento, mas substitui por um termo
geral uma série de termos singulares.
INDUÇÃO
CIENTÍFICA – A Lei não exprime a totalidade, entretanto expressa uma parte
dos fenômenos.
Exemplo:
Este
imã atrai o ferro.
Ora,
aquele imã atrai o ferro.
Logo,
em toda parte e sempre, o imã atrairá o ferro
Outro
exemplo:
Uraci,
Fridmann e Wilson, são mortais.
Ora,
Wilson, Fridmann e Uraci são professores.
Logo,
todos os professores são mortais.
Nesta
linha de raciocínio fica claro que foram observados os casos ou fatos de certo
número de homens terem morrido, considerados suficientes por estabelecer a
relação constante e necessária representada pela Lei.
Premissas
gerais (sai de fatos singulares para o
geral)
A Indução científica é imperfeita e, portanto
passível de erro, mas é a linha de raciocínio mais empregada nas ciências, pois
na prática sempre é possível observar todos os fatos e fenômenos.
MÉTODO
DEDUTIVO – Parte-se
de generalizações para o particular, do geral para o particular, das idéias
para os fatos.
Procura
transformar enunciados complexos, universais, em particulares.
A conclusão será sempre a elaboração
de várias premissas, fundamentando-se no raciocínio dedutivo. Dependerá da análise realizada.
O
Método Dedutivo também pode se
realizar nas operações lógicas, nas quais os raciocínios simples podem chegar a
enunciados complexos.
A dedução como forma de raciocínio
lógico tem como ponto de partida um princípio tido como verdadeiro a priori.
O seu objetivo é a tese ou conclusão, que é o que se pretende provar.
Exemplo:
Todos
os homens são mortais (premissa maior);
Platão
era homem (premissa menor).
Logo,
Platão é mortal.
MÉTODO
CARTESIANO
(Descartes)
Tem
como ponto de partida a universalidade da razão, da qual todos os homens
participam, identificada no intelecto, em sua pureza e em duas faculdades
essenciais:
-
a Intuição, pela qual podemos ter imediatamente presentes no espírito idéias
claros, perfeitamente determinados e distintos, simples e irredutíveis;
-
a Dedução, pela qual podemos descobrir conjuntos de verdades ordenados
racionalmente.
Este método constitui-se em quatro regras de utilização da
intuição e da dedução, para que possamos estender a certeza matemática ao
conjunto, a saber:
1 - Pela Regra da evidência, devemos
evitar todas as prevenções (conjunto de preconceitos) e precipitações, para
acolher apenas idéias claras e distintas.
2 - Pela Regra da análise, devemos dividir nossos problemas no maior número possível de
partes, para melhor resolvê-los.
3 – Pela Regra da síntese, devemos distinguir entre as verdades mais simples, independentes e
absolutas, das verdades mais complexas, condicionadas e relativas.
Esta regra pressupõe a ordenação das partes segundo o critério da
relação constante entre elas, de modo que possam ser comparadas com base na
mesma unidade de medida.
4 – Pela Regra da enumeração, devemos selecionar exclusivamente o que for necessário e
suficiente para a solução de um problema, evitando as omissões.
MÉTODO
DIALÉTICO
A Dialética possui duas fases:
1) a pré-socrática, que
surge na Grécia, como sendo um método de pesquisa e busca da verdade por meio
da formulação adequada de perguntas e respostas, até atingir o ponto crítico do
que é falso e do que é verdadeiro (Sócrates).
Sócrates usou o método dedutivo para extrair de um escravo
analfabeto a demonstração dialética do
TEOREMA DE PITÁGORAS.
A dialética é um debate de astúcia, onde se procura derrubar os argumentos dos
adversários.
Era um método de pesquisa em busca da verdade, que consistia na
formulação de perguntas e respostas para trazer à tona todas as incongruências
das concepções vulgares ou falsas.
A primeira pergunta a ser desenvolvida é a definição do tema do
debate – TESE – obtida pela resposta.
Fazia-se nova pergunta à base do conteúdo e da análise desta – ANTÍTESE
– e assim por diante, até se chagar à verdade.
É um método que funciona bastante na
magistratura e nas investigações.
2) A dialética contemporânea tem o seu desenvolvimento com Hegel, que afirma que uma coisa é ao mesmo tempo ela própria –
tese – e uma contrária – antítese, a coisa no momento é
simplesmente uma Síntese.
No Método
dialético temos duas divisões opostas:
- a
que leva o ser para a sua própria construção,
- outra que o leva para a destruição
desta mesma construção, para ser precisamente
o que não é.
O Método
Dialético utiliza as três doutrinas Empirismo (sentidos), o Racionalismo (a
razão) e o Intuísmo (intuição), para em sua síntese chegar à verdade.
Leis da Dialética:
a) Cada fato é um processo, isto
é, uma marcha, um tornar-se.
Os
fatos não são considerados como realizados, mas, sim, em processo. Os fatos se
modificam ou se transformam em virtude de leis internas, do autodinamismo e das
contradições que encerram.
b) Existe
um encadeamento dos processos.
O
Mundo é o conjunto de todos os processos, onde tudo sofre transformação
concentrada e progressiva.
Este encadeamento dos processos não
é circular, mas em espiral.
c) No movimento dialético, as coisas trazem
em si as suas contradições.
São
levadas a transformar-se no seu contrário.
d) Em várias oportunidades, um processo que se orienta em ritmo
quantitativo de repente muda qualitativamente.
Considera-se qualitativa quando ocorre mudança na natureza.
A dialética estabeleceu
que o conhecimento não é um reflexo simples, passivo, inerte da realidade, mas
um processo complexo, regido por leis.
Enquanto Hegel afirma que as transformações no espírito provocam as alterações da matéria, para Marx
a matéria se transforma e refletem as suas modificações em nossa mente, criando
as idéias.
Daí
o surgimento do materialismo dialético.
MÉTODO
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO (Popper)
Afirma que o método científico parte de um problema,
ao qual se oferece uma espécie de solução provisória, uma teoria-tentativa,
passa a criticar esta solução, com vistas a eliminação do erro
e, este processo renovaria a si mesmo, dando surgimento a novos
problemas.
•
Etapas do Método
1 - EXPECTATIVA OU CONHECIMENTO PRÉVIO
2 - PROBLEMA, CONJECTURAS OU HIPÓTESES
3 - FALSEAMENTO (TESTES)
4 - SOLUÇÃO PROVISÓRIA
POPPER
defende a existência
destas idéias no processo investigatório.
1 – Problema – surge geralmente de conflitos ante
expectativas e teorias existentes;
2 – Conjecturas (nova teoria,
hipóteses) – solução
proposta, dedução de consequências na forma de proposições passíveis de testes.
3 – Falseamento (testes) – tentativas de refutação, entre os meios
pela observação e experimentação.
Se a conjectura
resiste aos testes (falseamento), estará corroborada; se, não resistir aos
testes, estará falseada, refutada, e exige reformulação do problema e da
hipótese.
Para POPPER, a
observação tem papel decisivo na ciência; mas, somente se for precedida por um
problema, uma hipótese, algo teórico.
Esquema
CONHECIMENTO
PRÉVIO
PROBLEMA,
LACUNA
CONJECTURAS,
HIPÓTESES, CONTRADIÇÕES
ENUNCIADOS
DEDUZIDOS, CONSEQUÊNCIAS FALSEÁVEIS
TÉCNICAS DE
FALSEABILIDADE
TESTAGEM
ANÁLISE DE
RESULTADOS
AVALIAÇÃO
DAS CONJECTURAS, SOLUÇÕES OU HIPÓTESES
REFUTAÇÃO,
REJEIÇÃO CORROBORAÇÃO, ACEITAÇÃO
NOVA TEORIA
CONJECTURAS,
HIPÓTESES,
CONTRADIÇÕES
MÉTODO
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
(Bumge)
Etapas do
Método:
1.
Colocação do Problema:
- Reconhecimento
do problema – exame,
classificação preliminar e seleção de fatos que são provavelmente mais
relevantes no que diz respeito a algum aspecto;
- Descoberta do problema – encontro de lacunas ou incoerências no saber existente;
- Formulação do problema – colocação de uma questão que tenha alguma probabilidade de ser
correta.
2.
Construção do modelo teórico:
- Seleção de fatores pertinentes
– Criação de
suposições plausíveis que se relacionem a variáveis supostamente pertinentes;
- Criação de hipóteses centrais e
de suposições auxiliares – proposta de um conjunto de suposições que sejam concorrentes a supostos
nexos entre as variáveis.
Exemplo:
Enunciado de leis que se espera possam
amoldar-se aos fatos ou fenômenos observados.
3.
Dedução de consequências particulares:
-
Procura de suportes racionais – dedução
de consequências particulares que, no mesmo campo ou em campos contíguos,
possam ser verificados;
- Procura de suportes empíricos – tendo em vista as verificações disponíveis ou concebidas.
4.
Testes de hipóteses:
- Esboço da prova – planejamento dos meios para colocar a prova as predições;
determinação tanto das observações, edições e experimentos, quanto das demais
operações instrumentais;
- Execução das provas – realização das operações planejadas e nova coleta de dados;
- Elaboração de dados – procedimentos de classificação, análise e redução, referentes aos
dados empíricos coletados;
- Inferência da conclusão – à luz do modelo teórico, interpretação dos dados elaborados.
5.
Adição ou introdução das conclusões na teoria:
- Comparação das conclusões com
as predições – contraste dos
resultados da prova com as consequências deduzidas do modelo teórico,
precisando em que grau este pode se considerado, confirmado ou não (inferência provável);
- Reajuste do modelo – caso necessário, eventual correção ou reajuste do modelo;
Sugestões para trabalhos
posteriores – caso o modelo não
tenha sido confirmado, procurar erros na teoria ou nos procedimentos empíricos;
caso contrário, se confirmado, examinar possíveis desdobramentos, inclusive em
outras áreas do saber
FORMAS
DE CONHECIMENTO RACIONAL
Conceito
É uma imagem subjetiva do mundo objetivo,
acústica ou mental.
O
conceito revela os aspectos essenciais, universais do objeto, abstraindo-se dos
aspectos secundários.
O conceito se fixa só naquilo que é absolutamente essencial e
geral, comum a todos.
Processos para formação de conceitos:
Para formar o conceito de algo, fazemos uso de
vários processos mentais:
- análise;
- síntese;
- abstração;
- generalizações;
- outros.
-
Análise
Operação
mental que consiste em separar em partes, decompor, fragmentar um todo (objeto
ou fenômeno) em elementos constituintes, a fim de compreender o lugar que eles
ocupam e o papel que desempenham no todo.
-
Síntese
Operação
mental que, ao contrário da análise, consiste em recompor um todo (objeto ou
fenômeno) a partir de seus elementos constituintes a fim de compreendê-lo em
sua totalidade, em seu conjunto. Não
é um resumo.
-
Abstração
Operação
mental que consiste em isolar ou separar, para considerá-lo à parte, um
elemento ou parte de um todo que não é separável na realidade, a fim de
distinguir o particular (acidental) do geral (essencial).
Aquilo
que é sempre o mesmo em objetos diversos, independentemente da suas
particularidades individuais.
Generalizações
Operação
mental que consiste em estender a toda uma classe de objetos ou fenômenos os
elementos essenciais, gerais, universais, constatados em certo número de
objetos ou fenômenos da mesma classe.
Dessa forma é que se formam os
conceitos.
Quanto mais abstrato for o conceito, mais geral ele será.
Tanto a análise e a síntese como a abstração e as
generalidades são processos mentais inseparáveis uns dos outros, ou seja,
não existem separadamente.
Sua separação é apenas para efeito de estudo.
Da maneira como as sensações
formam as percepções e representações, os conceitos formam juízos e
raciocínios.
Juízo
Trata-se de uma relação entre dois ou mais conceitos.
O juízo é uma proposição ou asserção, uma afirmação ou negação entre
dois ou mais conceitos.
Exemplo:
O homem é um ser social e racional,
todo o ser social e racional é mortal.
Logo, o homem é mortal.
Certamente que nesta linha de raciocínio ou conceito não foram
observados todos os casos ou fatos, mas certo número deles, considerados
suficientes para estabelecer a relação constante, geral e necessária
representada pela lei (estabelecida).
Como
devem ser as Hipóteses
a)
Ser claras na sua
conceituação
b)
Deve ter como
objetivo uma confirmação, próxima ou remota, orientando o trabalho do
pesquisador;
c)
Deve estar
relacionada com u sistema teórico daí a necessidade de revisão de literatura
sobre o assunto.
Na possibilidade da hipótese ser
confirmada, esta reforçará a teoria.
A ciência possibilita o mais abrangente e sistemático conhecimento
que se possui sobre o mundo, que vai desde o nosso ser, a sociedade, a família,
a empresa, até as estruturas políticas e sociais.
A hipótese possibilita
compreender melhor essas dimensões quando deparamos com a formalidade
científica ao se preparar o TCC.
Somente a partir da indução
pode-se apreciar plenamente o poder e a importância do raciocínio indutivo
e, consequentemente, da indução.
A síntese da ciência assenta na sua capacidade para estabelecer,
com base em provas observacionais, testes, experimentos e pesquisas, importantes hipóteses sobre a natureza, sobre o
ser humano, sobre as mais diversas
atividades da sociedade; sendo utilizadas para confirmar ou refutar as
hipóteses científicas.
Torna-se sempre necessário examinar os diferentes tipos de
argumentos dedutivos e indutivos. Por vezes, os argumentos são
complexos e cheios de sutilezas quando se observam detalhes ou variáveis. Mas
do ponto de vista lógico, é bastante simples e pode ser aplicado em
praticamente todas as áreas do conhecimento.
Argumento
O argumento consiste em discutir ou contendar, no sentido comum. Em
lógica, o argumento significa uma justificativa para a conclusão, havendoou não
franca discórdia entre as partes. Os argumentos são feitos para convencer. O
desacordo é uma oportunidade para a reunião de provas, caso se deseje uma
resolução inteligente.
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